Também foram abordados projetos como Educom.geraçãocidadã e Cinesolar, além de reflexões sobre a representação do jovem no jornalismo

Por Felipe Schadt

Quatro painéis encerraram o último dia do II Congresso Internacional de Comunicação e Educação, levantando questões sobre tecnologia, gênero, etnia, sustentabilidade e diálogos sociais para o público que lotou as salas da Escola de Comunicações e Artes na tarde de quarta-feira (14/11).

O painel “Educomunicação e mídia-educação, relações étnico-raciais e de gênero” (foto em destaque) debateu o ativismo de núcleos de pesquisa sobre o tema, além de discutir sobre ações e iniciativas existentes para a definitiva implementação das leis federais 10.639/2003 e 11.645/2008, que garantem o conteúdo de cultura africana e indígena nos currículos escolares. Mas o destaque ficou para as discussões sobre a descolonização da educomunicação. Mais cedo, com a hashtag #DescolonizaEducomalunos do grupo de estudo “Educom e relações étnicos-raciais” da APBEducom realizaram, no auditório do Centro de Difusão Internacional, uma manifestação em que pediam atenção para o uso de autores negros e brasileiros para se abordar a educomunicação. 

Por sua vez, “Educomunicação na interface público e privada: diálogos entre a educação e a universidade” foi o tema da única atividade do II Congresso que aconteceu fora da Universidade de São Paulo. Isso porque Ismar de Oliveira Soares, coordenador do evento, convidou os palestrantes internacionais para conhecerem o projeto Educom.geraçãocidadã, no colégio Dante Alighieri. Lá, os meninos e meninas que participam do projeto tiveram a oportunidade de conversar com os pesquisadores e mostrar mais sobre o trabalho realizado entre o Dante e o Centro Educacional Unificado Casa Blanca, escola municipal paulistana, que une jovens das duas instituições em práticas educomunicativas. O painel coincidiu com o encerramento do projeto Educom.geraçãocidadã em 2018.

Já no painel “A consolidação das práticas de educomunicação socioambiental no Brasil e sua contribuição para os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS)” (foto acima), os painelistas presentes apresentaram seus projetos e articularam suas falas à evolução das práticas educomunicativas no tratamento dos temas relativos ao meio ambiente. Também mostraram como os seus trabalhos contribuem para os ODS.

É o caso do Cinesolar, apresentado pela pesquisadora Cynthia Alário. Além de se engajar em levar cinema para pessoas que não têm acesso, o projeto usa energia solar para, por meio de uma van, exibir filmes em praça pública. Alário conta que o projeto realiza diversas atividades relacionadas à sustentabilidade e meio ambiente. Uma dessas atividades é a oficina de produção de vídeo com abordagem de técnicas básicas de atuação, que estimula jovens a produzirem seus próprios filmes, exibidos nas sessões do cinema itinerante.

Por fim, “Tecnologias enquanto mobilizadoras de mudanças culturais e civilizatórias” (foto abaixo) foi o tema do quarto painel da tarde, que reuniu pesquisadores e integrantes de instituições que articulam ações no âmbito da cibercultura para refletir sobre a presença de tecnologias enquanto mobilizadoras de mudanças culturais e civilizatórias. Um dos temas levantados no painel foi a necessidade dos jovens de terem acesso à informação, mas os jornais impressos tradicionais não estarem preparados para esse tipo de público. Segundo Juliana Doretto, jornalista e uma das painelistas, além de não existir jornalismo para os jovens, eles não se enxergam nas páginas dos periódicos: “Falta representação dos jovens no próprio jornalismo”.

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