Crédito: Revista Nova Escola

Em abril de 2015, a Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República lançou, à revelia do Ministério da Educação, o documento “Pátria Educadora: a qualificação do ensino básico como obra de construção nacional”. Ao analisar o documento, o professor Luiz Carlos de Freitas, da Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em entrevista para a Revista Escola, afirma que a proposta segue a lógica empresarial e desmoraliza o professor.

Segundo o especialista, o documento traz orientações divergentes em relação ao Plano Nacional de Educação (PNE) e aumenta a segregação escolar. Na entrevista, Freitas detalha e critica os rumos que a política educacional brasileira estaria tomando.

Transcrevemos uma parte da entrevista publicada pela Revista Nova Escola:

O texto defende um ensino baseado em “um modelo de desenvolvimento produtivista, capacitador e democratizante”. Qual concepção de Educação está por trás dessa visão?

FREITAS – Um dos grandes problemas das reformas educacionais contemporâneas, em especial dessas baseadas em princípios empresariais, é a ausência de discussão e definição do que entendemos por uma “boa Educação”. A questão está extremamente distorcida, sendo vista como sinônimo de notas altas em testes. Não existe nada no campo das ciências da Educação que ampare tal crença. Do ponto de vista educativo, essa não pode ser a finalidade do ensino. Temos que ir muito além de tirar notas boas nessa ou naquela disciplina. Também não podemos nos resumir apenas à elaboração de uma base nacional curricular especificando uma lista de conteúdos. Precisamos ter um projeto educativo para a formação da nossa juventude como nação. A ênfase em provas cria concorrência e gera ganhadores e perdedores, o que não é compatível com os objetivos educacionais. Ao contrário do mercado, a Educação só deve ter ganhadores.

Veja a íntegra da entrevista, clicando aqui!: