Os professores Adriana de Oliveira e Daniel Perez, do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP) — Campus Avançado Jundiaí, que oferece cursos de nível médio técnico, estão coordenando o projeto “A Educomunicação na Educação Ambiental Crítica: o vídeo como instrumento de extensão”. A ação tem o intuito de produzir um material cinematográfico no contexto dos problemas socioambientais da região, a ser submetido à Mostra Nacional Circuito Tela Verde, do Ministério do Meio Ambiente (MMA).

No texto da proposta, os docentes explicam que Jundiaí está localizada na Serra do Japi (foto acima), remanescente de Mata Atlântica no estado com alto índice de biodiversidade, servindo como abrigo e refúgio para animais silvestres e comportando várias formas de vegetação tropical. O ecossistema têm sofrido com diversas ações humanas, como exploração agrícola e madereira, queimadas, poluição, processos erosivos e caça ilegal.

Oliveira e Perez propõem, então, desenvolver o pensamento crítico junto aos alunos do Campus Jundiaí e à comunidade do entorno, ancorados nos referenciais da Educomunicação e da Educação Ambiental Crítica, apresentando vídeos selecionados do Circuito Tela Verde e, na sequência, elaborando um vídeo para envio ao mesmo Circuito. A metodologia prevê debates e outras medidas que incentivem o protagonismo e a integração dos envolvidos.

O projeto está na fase de seleção de bolsistas, restrita à instituição. Para mais informações, acesse o site do IFSP Campus Jundiaí.

Educom e Meio Ambiente

As aproximações entre Educomunicação e Educação Ambiental são de longa data. Segundo o professor Ismar Soares, presidente da ABPEducom, no início dos anos 2000 o cineasta Francisco de Assis, então funcionário da área educacional do MMA, visitou o Núcleo de Comunicação e Educação da Universidade de São Paulo (NCE/USP) — coordenado à época por Soares — por solicitação de Marcos Sorrentino, coordenador da área educacional do ministério, para colher informações sobre a Educomunicação.

A intenção do MMA era a de prover a sociedade de um referencial capaz de garantir a eficácia da política de mobilização pretendida pelas autoridades, cuja meta era a de transformar cada brasileiro num educador ambiental. A sistematização empreendida por Assis, em conjunto com outros autores e a colaboração de membros do NCE/USP, levou ao conceito de Educomunicação Socioambiental, debatido durante a I Oficina Nacional de Comunicação e Educação Ambiental, ocorrida em Brasília, em 2004, e subsidiada pelos resultados das pesquisas lideradas por Soares.

Já em 2008, o MMA publicou o texto-base de sistematização da Educomunicação Socioambiental. A obra, editada no âmbito do Programa Nacional de Educação Ambiental (ProNEA), sugeriu diversas linhas de ação para projetos, programas e políticas locais, bem como os meios de implementação e os campos de aplicação. Outras informações a respeito do tema estão disponíveis neste link.

Imagem: Reserva Biológica da Serra do Japi, em Jundiaí (SP). Créditos: Marcos Guerra/Wikimedia Commons

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