No contexto das atividades formativas do projeto Educom.Saúde-SP – realizado pela Superintendência de Controle de Endemias (Sucen), entidade ligada à Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, com o apoio do Núcleo de Comunicação e Educação da Universidade de São Paulo (NCE/USP) e da ABPEducom –, foi promovido um webinar para compartilhamento de experiências de cursistas veteranos. O encontro virtual aconteceu em 17 de setembro e pode ser assistido na íntegra no vídeo abaixo:

Diego Palmieri (Catanduva), Elizângela da Penha (Bertioga), Cristiane Andrade (Teodoro Sampaio), Pedrina Costa (Limeira), Luiz Alberto Feboli Filho (São José do Rio Preto) e Joelita Rocha (Lins) apresentaram relatos sobre a implementação dos Planos Conjuntos de Ação Educomunicativa em Saúde (PCA) escritos por eles e outros colegas que cursaram a qualificação em 2019, os quais apontaram a eficácia da prática educomunicativa em saúde em São Paulo. As falas dos participantes evidenciaram a aplicabilidade da proposta pedagógica do curso à diversidade das realidades vividas pelos agentes de saúde em todo o estado.

A mediação do encontro foi realizada por Tatiana Luz de Carvalho, assessora do Educom.Saúde-SP, que contou com a colaboração de Ismar Soares, presidente da ABPEducom e coordenador geral do projeto.

Palimieri falou sobre o projeto #catanduvacontradengue, que mobilizou veículos de imprensa, empresas, instituições de ensino e lideranças locais para uma grande divulgação da temática do combate ao vetor. Segundo ele, após o curso, passaram a substituir a utilização de panfletos, carros de som e palestras – que não eram efetivos – por stand-ups, músicas autorais e ações em locais inusitados como ônibus e supermercados, visando a união de esforços da população com os agentes de saúde para conquista de um objetivo comum.

Já Penha contou que, a partir da metodologia participativa e da pesquisa-ação, o projeto “Se essa rua fosse minha…” despertou nos munícipes o senso de cidadania e de vivência em sociedade, abordando sistematicamente o problema presente na comunidade, de forma integral, por todos os membros envolvidos. A partir das perspectivas da população sobre os problemas da referida rua, com relação ao mosquito transmissor da arbovirose, todos e todas foram incentivados a apontar possíveis soluções a serem efetivadas pela própria comunidade, tornando-os agentes multiplicadores, participativos e responsáveis, segundo ela.

Andrade compartilhou as ações do projeto MULTICOM, replanejadas a partir dos desafios impostos pela pandemia de covid-19. Entre outras atividades, ela contou sobre a campanha digital #quintallimpo, que buscou a mobilização dos cidadãos por meio das redes sociais, visto que há restrições sanitárias às atividades presenciais. A campanha incentivou a população a postar vídeos mostrando como cuidam de seus quintais para prevenir a formação de criadouros. Andrade falou também sobre o treinamento remoto feito com alunos do Ensino Técnico para a confecção de mapas dos casos de dengue do município.

Por sua vez, Costa relatou que o curso trouxe para ela uma nova perspectiva para o trabalho que vinha fazendo e alertou-a para a urgência de incluir os cidadãos como protagonistas nas ações. Ela contou que a primeira atitude foi permitir que os segmentos da sociedade que já estavam atuantes, em conjunto com a Secretaria de Saúde, realizassem as atividades que consideravam pertinente para a comunidade que serviam (anteriormente as ações eram definidas pela Prefeitura). Esse novo formato contou com padres e pastores conversando sobre prevenção com seus fiéis e organizando mutirões em suas comunidades; escoteiros e patrulheiros realizando atividades dentro das suas esferas; e escolas públicas e particulares desenvolvendo ações com a comunidade escolar. Costa relatou que sentiu o engajamento e a participação da sociedade.

Feboli Filho disse que, para ele, o projeto surgiu num ótimo momento, no qual já queriam investir em educação, mas não tinham um norte por onde começar. Passaram então a utilizar estratégias não convencionais de comunicação e, segundo ele, as mudanças tiveram um impacto significativo no olhar da população sobre a Vigilância Ambiental e a Saúde.

Por fim, Rocha compartilhou com o grupo o trabalho do  Comitê Linense de Vigilância Ambiental em Saúde (Colvas), entidade que foi reestruturada em função dos aprendizados do curso Educom.Saúde-SP. O Colvas é formado por uma rede colaborativa composta pelos setores público, privado e sociedade civil. No contexto do grupo, foi criado um Núcleo de Educomunicação, que faz o papel de mediador/interlocutor e colabora no planejamento, implementação e avaliação do Plano Conjunto de Ações Educomunicativas em Lins. O núcleo conta também com uma Imprensa e Agência Jovem de Notícias.

Assessoria

O evento foi resultado do processo de assessoria a projetos educomunicativos em desenvolvimento que vem acontecendo neste ano. Além de oferecer qualificação para novos municípios, o projeto Educom.Saúde-SP conta com um trabalho de assessoria que visa acompanhar e dar assistência técnica e científica aos cursistas veteranos na implementação de seus PCAs, de forma a mantê-los integrados ao esforço da Secretaria de Saúde em dar continuidade à formação dos agentes públicos para o emprego dos referenciais da Educomunicação.

O objetivo do webinar foi o de oportunizar aos atuais cursistas o contato com iniciativas no campo, as quais podem servir de inspiração para elaboração de seus próprios PCAs. Os demais cursistas veteranos também foram convidados para assistir, visando o enriquecimento das trocas pelo chat do webinar e o incentivo para aqueles que estão com os projetos parados devido à pandemia pensarem numa reestruturação do plano em parceria com a assessoria, tendo como exemplo os colegas que apresentaram.

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